24/05/2015













Quando aqui não estás
 
 
 
Quando aqui não estás
o que nos rodeou põe-se a morrer
 
a janela que abre para o mar
continua fechada só nos sonhos
me ergo
abro-a
deixo a frescura e a força da manhã
escorrerem pelos dedos prisioneiros
da tristeza
acordo
para a cegante claridade das ondas
 
um rosto desenvolve-se nítido
além
rasando o sal da imensa ausência
uma voz
 
quero morrer
com uma overdose de beleza
 
e num sussurro o corpo apaziguado
perscruta esse coração
esse
solitário caçador
 
 
Al Berto
 
















 
 
Fotografia de Fernando Pedrosa