09/01/2010

Soubera eu ser as águas de um rio...

.
.
.
.
.
Em tão insana e desvairada demanda, vai galopando o mundo... segregando e não unindo, que outra coisa, por vezes, eu haveria de ser...
.
Soubera eu ser as águas de um rio... que na contra-curva se enrola em espirais de bruma, e na largura que se lhe acrescenta desenrola, para adormecer junto ao cais...
.
Soubera eu ser... aquele, que tapetes de musgo rega, colono de quem sobe as arribas do céu...
.
Soubera eu ser... espelho d'água, que na queda se quebra, e mais abaixo se refaz, para a nora fazer girar...
.
Soubera eu ser... estrada de pescadores - imenso caudal de vida - que se estende alarga e encolhe, da nascente até à foz... para o mar abraçar, onde a liberdade é ainda maior...
.
Soubera eu ser as águas de um rio... só para tentar perceber, se afinal, verdadeiramente livre sou... ou não!?
.
.
.
Texto e fotos: Walter
.
.
.
.
.
.
.
Ao rio Lis, tantas vezes maltratado, pela insanidade daqueles, que por natural obrigação, deveriam respeitar e preservar.
.
.