26/12/2009

Alvorada

Barosa - Leiria
.
.
O galo já cantou sua primorosa cantoria.
A noite já dormiu seu sono... acorda fria, pingada de orvalho, e pela ténue luz da estrela nascente, que do horizonte já desponta, todo o seu negrume brandamente se desfaz...
A estrela ainda pequenina, vai subindo e espreitando por entre assombrosos castelos e catedrais de marfim que há no céu.
Gloriosa e resplandecente vai engordando de luz...
Sobe imponente no firmamento... e esticando seus braços de oiro, vai rompendo as cortinas de brumas e névoas que a noite em sonhos teceu.
Caprichosamente semeia canteiros de claridade... toda a natureza se agita, numa orquestra de chilreios e murmúrios, dançando as agulhas dos pinheiros, pelo peso que já as habita.
Correm as águas das ribeiras mais felizes mais bonitas, que a sede há-de chegar com o bater do meio-dia.
Toca o sino na igreja... despertam as almas uma-a-uma - a primeira o pastor - de cajado na mão, lá vai entre balidos, chocalhos e assobios serra acima, guiando seu rebanho de novelos de lã quentinha...
É a alvorada que chega, trazendo um novo dia...
.
.
Texto e fotografia: Walter
.
.
.